Kínēma: Jason and the Argonauts (Argonáutica de Apolónio de Rodes)
- heurekasite
- 23 de mai.
- 3 min de leitura

Fechamos esta edição do Kínēma: Clássicos em Movimento com uma aventura mítica: a demanda de Jasão e os Argonautas em busca do Velo de Ouro.
🗓️ Data: 22 de maio
📍 Local: Anfiteatro IV da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
🎬 Filme: Jason and the Argonauts (1963), de Ferdinando Baldi
📚 Obra clássica de referência: Argonáutica de Apolónio de Rodes
Haverá uma breve introdução à obra e ao filme, seguida da projecção e de um debate com o público.
A entrada é gratuita.
Jason and the Argonauts (1963) de Don Chaffey
Jason and the Argonauts (1963), realizado por Don Chaffey, é um dos mais emblemáticos filmes baseados na mitologia grega, inspirando-se diretamente na Argonáutica de Apolónio de Rodes.
A obra acompanha a jornada do herói Jasão (interpretado por Todd Armstrong), que, ao atingir a idade adulta, confronta Pélias (Douglas Wilmer), o usurpador do trono da Tessália, que outrora pertencera ao seu pai. Pélias impõe-lhe então uma condição: só devolverá o trono se Jasão lhe trouxer o mítico Velo de Ouro, uma pele de carneiro mágica guardada na distante Cólquida. Jasão parte, então, com um grupo de corajosos companheiros, os Argonautas. Ao longo do percurso, os heróis enfrentarão perigos e desafios, e terão de fazer escolhas difíceis.
O filme distingue-se não apenas pela sua narrativa épica, mas também pelos inovadores efeitos visuais que marcaram profundamente a história do cinema. Em vez de tecnologia digital – ainda inexistente à época – recorreu-se à técnica de animação em stop-motion, com Ray Harryhausen a dar vida a algumas das cenas mais memoráveis do género: o gigantesco Talos e o icónico exército de esqueletos, que se tornou uma referência visual para gerações. Estas sequências continuam a surpreender não só pelo pormenor técnico, mas pela imaginação que traduzem, tornando o filme num verdadeiro marco da criatividade cinematográfica.
Mais do que uma simples adaptação mitológica, esta produção tornou-se uma referência incontornável do cinema de fantasia. O seu impacto estético e técnico foi tal que cineastas como Steven Spielberg reconheceram a influência das criações de Harryhausen no seu próprio trabalho. A forma como o filme Jasão e os Argonautas conjuga engenho artesanal com imaginação mítica ajudou a moldar o caminho do cinema fantástico, influenciando obras como Parque Jurássico—onde o fascínio pela criação de criaturas “vivas” no ecrã remonta ao legado visual deste clássico dos anos 60.
Ana Alexandra Alves de Sousa
Ana Alexandra Alves de Sousa é Professora na Universidade de Lisboa e Investigadora do Centro de Estudos Clássicos da mesma instituição, colaborando também com o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra. É cofundadora e corresponsável do Heureka – Clube de Leitura.
Tem-se dedicado ao estudo da poesia helenística, em particular à Argonáutica de Apolónio de Rodes, sobre a qual tem publicado diversos artigos e capítulos. Entre os seus trabalhos mais recentes, destaca-se o capítulo “Hospitality in the Ancient World: Tolerance and War”, incluído na obra The Process of Becoming Other in the Classical and Contemporary World, editada por A. G. Lind, A. P. Pinto e D. Lambert (Palgrave Macmillan, 2024).
Em 2021, publicou uma tradução anotada dos dois primeiros livros da Argonáutica, precedida de estudo literário (Imprensa da Universidade de Coimbra), disponível em https://tinyurl.com/428ksxw2.
Atualmente, prepara a tradução integral da Argonáutica a publicar na Assírio & Alvim (2025).
Já aconteceu!
Kínēma: Clássicos em Movimento chegou ao fim no dia 22 de maio, com a exibição de Jason and the Argonauts (1963), realizado por Don Chaffey e inspirado na Argonáutica de Apolónio de Rodes.

Para apresentar o poema, o seu autor e o contexto literário em que se inscreve, convidámos a Professora Ana Alexandra Alves de Sousa. Antes da projeção, Marta Oliveira, coordenadora geral do Nucivo – Núcleo de Cinema e Vídeo, sublinhou a relevância do filme na história do cinema e da animação.
Devido a compromissos prévios da Professora, o debate foi breve, mas ainda houve tempo para a leitura de dois excertos inéditos da sua tradução dos livros III e IV, a publicar em breve. Essa leitura motivou uma breve troca de ideias, durante a qual se destacaram diferenças pontuais entre o poema épico e a adaptação cinematográfica, bem como algumas das razões que as explicam.
Veja aqui mais informações sobre:
🔗 O ciclo Kínēma: Clássicos em Movimento
🔗O filme Il Pistolero dell’Ave Maria (1969) de Ferdinando Baldi, inspirado na Oresteia de Ésquilo.
🔗 O filme Medea (1969) de Pier Paolo Pasolini, inspirado na Medeia de Eurípides.
🔗 O filme A Funny Thing Happened on the Way to the Forum (1963) de Richard Lester, inspirado nas Comédias de Plauto.